Leitores escritores



          Oi, pessoal! Sei que estou atrasado no post desse final de semana e isso se deve a problemas de saúde que tive.
               Bem, voltando ao tema desse post, vamos falar de leitores que escrevem.
               Todo escritor é ou foi um leitor assíduo. A leitura nos permite enriquecer o vocabulário, melhorar a ortografia, pontuação, conhecer recursos estilísticos... o que é muito bom para quem escreve.
               Mas, se você já tentou escrever sabe que não é uma tarefa tão fácil quanto parece. Você pensa em uma estória fodona que merece virar filme e tal, mas quando vai passá-la para o papel seu cérebro sofre um curto-circuito e parece que, ao invés de colocar sua ideia alucinante no papel, você acabou defecar sobre ele.
               Calma, pessoal. No começo, sempre pensamos isso, porque escritores são perfeccionistas. Mas o que vocês têm que entender é que ninguém é naturalmente um bom escritor, assim como ninguém é um bom ciclista ou pianista. São habilidades que temos que desenvolver com muito estudo e prática.
               Então vou colocar algumas dicas aqui que eu, projeto de escritor em desenvolvimento, já notei que me ajudam a evoluir.
1.      Vomite: não no sentido literal, obviamente. Vocês, assim como eu, são projetos de escritores, então vamos pensar de maneira metafórica. O que quis dizer é que quando pensamos na estória e vamos passá-la para o papel, já queremos fazer de modo que fique pronta e isso, as vezes, atrapalha. Escreva a estória toda, descrevendo personagens, lugares... informações fundamentais e, depois disso, é que vocês irão florear seus textos.
2.      Dividir e conquistar: Divida a estória em partes e capítulos e (caso esteja escrevendo no computador) separe os textos de cada capítulo em arquivos diferentes. Fica menos bagunçado e, consequentemente, mais fácil de localizar trechos importantes.
3.      Escritores cantam ópera: Leia o que escreve em voz alta. Isso nos permite perceber como o texto está. Pois, quando lemos mentalmente, estamos condicionados a corrigir os erros do que escrevemos sem nem notar.
4.      Seus amigos são seus revisores e avaliadores: É importante que você mostre seus textos a pessoas de confiança, para que elas julguem e corrijam erros que as vezes passam despercebidos por nós.
5.      Balanceei suas personagens: As personagens de um escritor são seus bebes e é claro que queremos que sejam perfeitos, mas isso não pode acontecer. Todos temos qualidades e defeitos e nossas personagens devem ser do mesmo jeito, é um pecado literário muito comum em escritores recentes e que diminuem a veracidade da sua estória.
6.      Deixe um gostinho de quero mais: Escreva de modo que ao fim de cada capítulo haja uma questão não resolvida ou algo que ainda será revelado. Leitores são curiosos e a melhor maneira de prendê-los é deixar essas questões ou mistérios em abertos nos fins dos capítulos e – algo que eu gosto muito de fazer – deixe migalhas (pistas) por toda a estória, para que eles se martirizem por não terem descoberto. Uma dica um tanto quanto óbvia, mas que muitos esquecem quando estão escrevendo.
7.      Referências e fontes de consulta são importantíssimas: Dica fundamental para os que mantêm correlação entre mundo da estória e o mundo real. Erros na estória diminuem a vontade do leitor de ler, pois quebram a realidade criada. Ademais, acrescentem nesse tópico o uso de dicionários de vários idiomas como fonte de consulta.
8.      Não perca o foco: toda estória começa devido a algum fator e tem uma finalidade bem definida. Imaginem a seguinte situação: Você está caminhando com sua mulher e ela leva um tiro de um bandido e morre. Desse dia em diante, você se torna um vigilante, cujo objetivo é combater o crime e, principalmente, vingar-se do bandido que assassinou sua mulher. Você pode impedir outros crimes? Claro que pode. Mas não esqueça de quem o colocou nessa vida, da decisão que você fez. Você quer vingança. A estória acaba (de certo modo) quando o objetivo inicial é alcançado. A não ser que você coloque mais objetivos ao fim de cada objetivo. Isso é o que acontece em Percy Jackson, por exemplo.

9.      Inove no fim: Tente não ser óbvio quanto ao desfecho de sua estória. Não há nada mais chato do que uma narração previsível.


---- NOTA EXPLICATIVA ---

Oi, pessoal! Estou aqui novamente para responder a uma pergunta expressa por algumas pessoas: o fato de eu usar o vocábulo "estória", ao invés de "história".

Bem, primeiro vou jogar três definições aqui:

>História: ciência que estuda, relaciona, categoriza... os fatos históricos.
>história: fatos reais que vivemos. Eu estar fazendo isso, por exemplo, é um fato histórico. Assim como você estar lendo isso.
>estória (a ovelha negra da família): narrativas fictícias de qualquer tipo.

Já que nesse post estou falando de narrativas fictícias, usei a palavra estória. A explicação é essa, mas isso nos leva a outro ponto importante.

--->Estória está correto?

Precisamos ser menos maniqueístas quando estivermos tratando de conceitos e regras do idioma.
Há pessoas que apoiam o uso da palavra estória (eu estou desse lado, obviamente) e há aqueles que acham desnecessário o uso desse termo (uma grande maioria).
Essas três palavras existiram(em), porém linguistas, após algumas discussões, definiram que:
História e história: podem se referir a ciência e que o contexto dirá qual dos dois é.
história: fatos históricos reais ou não e que o contexto dirá qual dos dois é.
estória: "desaparece", caindo ao simples posto de sinônimo informal da palavra história.

Mas será que isso basta para apagar uma palavra da vida das pessoas? Digamos que eu sou um linguista e decidi que cadeira passará a ser chamada de "saplequinofara". Vocês vão deixar de usar o termo cadeira para usar esse termo (que deve ser um xingamento que eu não faço ideia do que significa), só porque eu disse? Claro que não, ou será que vão? 3:)
O que quero dizer é: usar a palavra estória ou história não faz diferença. Eu me compadeci com essa pobre senhora (estória) e vou abrigá-la sempre que possível em meus textos - quando me referir a narrativas fictícias - e na minha vida.
Se vocês preferem utilizar história, estão certos também (no contexto formal e no dia a dia).
Guimarães Rosa, por exemplo, usava a palavra estória. Isso não torna a palavra certa ou errada e aí está a graça das línguas, tudo é relativo, tudo pode se transformar.

Para mais informações, vejam esse artigo: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/historia-x-estoria-um-conflito-historico/
E façam sua escolha. (Vão ser da facção estória ou história?).

Até a próxima!

Autor de postagem: Convidado


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