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[RESENHA] Lucille - Ludovic Debeurme

Nas férias eu sempre viajo para a cidade dos meus avós (na verdade, estou aqui no momento). Da última vez que vim, em Julho do ano passado, estava andando pelo shopping  (tinha acabado de assistir Paper Towns ♡) quando avistei uma feirinha de livros, e é lógico que eu fui dar uma olhada!

Haviam vários títulos por apenas R$5,00, R$10,00, e R$15,00. Eram muitos, e como a maioria deles eram desconhecidos ficou meio difícil de escolher, por isso fui passando de livro em livro, lendo as sinopses para escolher um que me agradasse. Até que vi Lucille, e foi amor a primeira vista.


Lucille é uma graphic novel francesa (basicamente uma história em quadrinhos, só que maior) .Lembro de ter comprado por 15 dilmas, mas nas lojas virtuais ele costuma ser um pouquinho caro  (algo entre 35,00 e 50,00 reais). O que mais me chamou a atenção foi sua capa e acabamento, e então li a sinopse, o que acabou contribuindo para que ele me ganhasse de vez.


Sinopse: Lucille é fascinada pela beleza de Linda, sua boneca magra e esbelta. Arthur deve seguir os passos do pai - seu nome, a pesca, o alcoolismo, o suicídio. Dois jovens com destinos certamente infelizes, que, após alguns acasos, decidem fugir juntos dessa má sorte. Em 'Lucille', Ludovic Debeurme desvela as fantasias e pesadelos dos jovens adolescentes.

Na história, que é apresentada hora pela visão de Lucille e hora pela de Arthur/Vladimir, somos apresentados as inseguranças dos personagens principais, que estão sendo submetidos, cada um de sua maneira, a problemas relacionados ao início da vida adulta, com uma pitada de dramas familiares e conflitos internos.


A atmosfera da trama por vezes se mostra onírica e cheia de devaneios, em virtude da aura sonhadora dos personagens principais, que anseiam mais do que tudo se livrarem do legado que foi imposto a eles mesmo antes de nascerem  (no caso de Arthur). Mas a história em si não deixa de ser real, e em vários pontos você enxergará nos personagens adolescentes normais como você e eu somos ou já fomos, e sentirá na pele as suas inquietações.


Os personagens, embora comuns, têm em si toda essa carga que adolescentes e jovens carregam, como pressão familiar, dúvidas sobre o futuro, e  falta de aceitação com o corpo. O desfecho é bem triste, e me deixou surpresa, apesar de eu  não esperar algo diferente de como aconteceu.

Acompanhar Arthur e Lucille na sua jornada de autodescoberta é uma tremenda experiência pois, como é comum acontecer com grandes personagens, eles vão crescendo gradualmente assim como sua relação, que desencadeia uma evolução capaz de passar ensinamentos múltiplos ao leitor.

Eu adorei a leitura, achei tudo muito cativante e fiquei bastante emocionada em alguns pontos. Indico para qualquer leitor, tanto adolescente, quanto adulto, apesar de que se você for muito novinho, talvez não consiga entender bem o que o autor pretende passar :/ Sem falar que o livro contém aqui e ali algumas partes meio "adultas" (mas nada muito explícito, é claro!).





Como disse no início, foi a aparência do livro que me fisgou, a editora Leya mandou muito bem no quesito, e como esse é o terceiro livro deles que adquiro e percebo essa ótima linha de edição, acredito que se trata de um padrão da editora. Além do ótimo acabamento, não encontrei nenhum errinho. Pois bem, eles estão de parabéns!





Já sobre o desempenho do autor, Ludovic acertou em cheio com o desenvolvimento da história, e conseguiu muito bem passar não só uma, mas diversas lições aos leitores, além de ter acertado em cheio nas lustrações, que seguem uma linha meio minimalista, que tem como função dar foco principal a história.


O livro termina com um surpreendente “Fim da Primeira Parte”, o que me deixou bem feliz inicialmente, mas depois fui pesquisar e descobri que a continuação, intitulada de “Renée” não foi publicado no Brasil ainda :\ LEYA POR FAVOR NUNCA TE PEDI NADA PUBLICA LOGO NAM!!!!

Não costumo dar notas nas minhas resenhas, mas se fosse dar uma para Lucille, seria 4,5/5!

PS* O livro/hq tem 544 páginas, mas não se assustem, pois além dos desenhos terem um tamanho significativamente grande, a leitura flui muito bem já que os diálogos são curtos e diretos, inclusive terminei de ler cerca de duas horas depois de ter iniciado!

PS* Passei no site da livraria Cultura para copiar a sinopse (hauheuheau) E VI QUE O LIVRO ESTÁ CUSTANDO APENAS R$ 8,99 MINHA XENTI!!!
Espero que possam ler, e se encantar assim como eu. Beijos!


Begin Again, filme com Adam Levine e Mark Ruffalo

Mesmo Se Nada Der Certo, ou Begin Again, é um filme do diretor e ex músico  John Carney, que gira em torno da vida de duas pessoas fracassadas frustradas com a vida: Gretta (Kiera knightley), que foi para NY com o namorado em busca de sucesso, o perdeu (ou o deixou?) , e ficou rodada; E Dan (Mark Ruffalo), um produtor musical que se sente invalidado, pois ninguém dá ouvidos as suas descobertas musicais. 

TRAILER OFICIAL

Lendo assim de forma tão direta, o enredo parece ser mais uma daquelas comédias românticas que a gente ama, mas que, no entanto não passa de uma comédia romântica.. Mas vem cá pra eu te falar um coisa: Você nunca assistiu uma comédia romântica mais inspiradora que esta!


Na trama, Gretta se vê perdida, pois seu namorado (interpretado pelo delicinha  digníssimo do Adam Levine) que pouco tempo atrás não passava de um cara qualquer gravando vídeos para o youtube, ficou ligeiramente famoso e virou um babaca, culminando na ruina de seu relacionamento. O acontecimento, assim como outras intromissões do destino a levam para um pequeno pub, onde ela acabou sendo intimada por seu amigo Steven (James Corden) a cantar. É nesse mesmo pub que Dan, que acabou de ser praticamente chutado do emprego, avista Gretta, ficando impressionado com seu talento.


De início, quando somos apresentados a repentina aproximação dos dois, é fácil achar que Gretta e Dan irão se apaixonar e depois de encontros e desencontros se transformar em um casal perfeito, e The End. Mas não, e é isso que torna o clima do filme ainda mais sereno. O relacionamento (e por relacionamento interprete por algo isento de romance) dos personagens é íntimo, mas da forma mais pura possível. Trabalhando juntos, ambos conseguem alcançar um estado de sossego em meio a fúria de problemas que os cercam, da forma mais branda e sútil que se pode imaginar.




Depois do encontro no bar, Dan convence Gretta de que ela tem que gravar um CD, e é claro, de que ele tem de ser o produtor. O plano não sai bem como ele espera, já que sua gravadora não aceita muito bem o som da garota, pois estão em busca de algo mais pop. É assim que Dan, ainda insistindo no talento de Gretta, sugere que eles gravem um disco por conta própria nas ruas da exuberante Nova York!

CRÉDITOS

O sucesso do diretor John Carney com seu outro musical “Apenas uma vez” pode ser facilmente detectado em Mesmo Se Nada Der Certo. As músicas são maravilhosas, esplendidas, incríveis, e mais qualquer outro adjetivo que você quiser adicionar. Puxadas para o lado do folke, indie e balada alternativa, as letras são leves e cativantes, nos fazendo querer ouvi-las para sempre. E isso se dá principalmente ao talento da Kiera, pois a atriz mostra que não só atua muito bem, como também sabe cantar, além é claro da participação do Adam Levine em algumas músicas, que sempre surpreende com suas performances.





"VOCÊ PODE DIZER MUITO SOBRE UMA PESSOA A PARTIR DO QUE ELA TEM NA SUA PLAYLIST"
Tenho a impressão de que mesmo que eu escreva cinco páginas, não conseguirei descrever a vocês a inteligência, delicadeza, e verossimilidade desta obra, que se trata de uma verdadeira arte no meio de tanta coisa meia boca que vira e meche aparecem nos cinemas.


 Consegui encontrar uma playlist com as músicas do filme no Spotify, e trouxe para vocês <3


Também achei esse mix maravilhoso no youtube, e acho que vale a pena ver:
Assistam e voltem aqui para me dizer o que acharam, ok? Beijão!

[Resenha] Revivente, por Ken Grimwood - Editora Gutenberg

E se você vivesse sua vida mais de
uma vez? E mais uma? E mais
uma...

Quando recebi a missão de escolher um dos livros da Editora Gutenberg para resenhar eu tremi na base, pois adoro seus livros, adoro as histórias, adoro as capas e etc, então imaginem como fiquei em dúvida quando tive que escolher apenas umzinho? Sofri de verdade! 
Mas entre tantos títulos ótimos, Revivente me chamou a atenção, primeiro pela sua capa, que eu particularmente acho linda, e segundo pelo fato de poucos parceiros da Gutenberg terem-no escolhido para resenhar e preferirem os livros mais "famosinhos", até fiquei bem receosa, achando que poderia ser ruim, e esse ser o motivo de ele não ser uma primeira opção para os leitores, mas quis encarar o desafio.. E olha, não me arrenpendi de forma alguma, muito pelo contrário.

Sinopse: 

"Jeff Winston é um jornalista de rádio
de 43 anos, que está preso em um
casamento fracassado e um emprego
sem futuro. Ao sentir uma forte dor
no peito, morre instantaneamente.
Momentos depois, acorda em 1963,
em seu quarto da época de
faculdade, com 18 anos novamente, e
lembrando-se perfeitamente de tudo
o que aconteceu. Sem entender o
que está ocorrendo, a única coisa
que sabe são os fatos de sua vida e
do mundo que se repetirão, inclusive
o dia de sua morte. As dúvidas
invadem sua mente: o que fazer
nessa “nova” vida? Cometer os
mesmos erros ou fazer tudo
diferente? Deixar que os grandes
desastres da história aconteçam ou
tentar interferir?"

Uma das grandes surpresas que tive ao receber o livro foi descobrir que Revivente (ou Replay) mesmo que tenha chegado aqui no Brasil em 2014, foi lançado originalmente em 1988, e fiquei curiosa (e triste) ao descobrir que o autor, Ken Grimwood, faleceu em 2003, enquanto escrevia sua continuação :/

Jeff Winston morre subitamente aos 43 anos, e curiosamente acorda em 1963, quando está na faculdade e com seus 18 anos de idade. A princípio tudo parece uma loucura, e ele até imagina estar em uma pegadinha, ou qualquer outra explicação plausível, mas não havia, Jeff estava revivendo sua vida. 


Após se dar conta disso ele passa a lidar com conflitos internos (e externos também), como: Continuar na faculdade de Jornalismo? Sua carreira profissional tinha sido uma fracasso no futuro. Continuar com sua namorada da faculdade? Ele sabia afinal que não se casaria com ela mesmo.. Mas a questão X do livro é que o personagem não "revive" apenas uma vez, sempre que completa seus 43 anos Jeff morre instantânea e misteriosamente mesmo que tente se prevenir, e "volta" novamente para 1963, fato esse que nos trás uma enxurrada de histórias, já que em cada "revivencia(?)" Jeff acaba por fazer tudo diferente.

A Narrativa é boa, o autor tinha talento, não dá pra negar, porém em alguns momentos acabei por me confundir já que de um parágrafo para outro ele acaba meio que "pulando" alguns meses, ou anos, na linha do tempo, e eu não me dava de conta, alguns trechos inclusive tive que reler para compreender que já não estava no mesmo cenário e época de parágrafos atrás.
Os personagens são bem construídos, apesar de que alguns deles só vemos de passagem uma vez ou outra, mas é possível notar que o Grimwood imprimiu bastante essência e vivência em cada um deles.


Jeff é que me intrigou bastante, ele tem um vigor que ao meu ver foi inspirado no do próprio autor, ele soube tirar proveito ao máximo da maioria de suas vidas, entretanto, talvez por ter sido jornalista em sua primeira vida, ele me parecia SABER DEMAIS. Ele sabia a data de tudo, tudinho mesmo, desde empresas que iriam ascender em determinada época, até uma guerra que aconteceu em algum lugar, era como se ele fosse uma enciclopédia humana. Isso me incomodou um pouco já que eu como ser humano, como cidadã, não sou tãaaaaao  ligada assim com alguns acontecimentos, e tenho uma facilidade grande para esquecer datas e episódios do cotidiano, mas talvez tenha sido paranoia de minha parte.

O final foi uma grande incógnita, de verdade, já faz bastante tempo que li, mas ainda estou tentando digerir as linhas finais. Me surpreendeu e ao mesmo tempo decepcionou, mas é difícil explicar sem expor com exatidão os fatos, e vocês não estão aqui para ler spoilers, não é mesmo ?

Por último quero comentar sobre o trabalho da Gutenberg. Primeiramente, preciso dar a maior salva de palmas do mundo pela capa, acho ela sensacional se comparada com a original (que parece mais uma capa de livro didático). As folhas são ótimas para ler, são grossas e não amassam facilmente, não são amareladas como eu gosto, mas não chegam a ser brancas, ou seja: não refletem a luz, o que facilita na leitura. E também não encontrei nenhum erro de edição, está tudo ok nesse quesito.




Minha sentença: Por ter sido escrito na década de oitenta, Revivente apresenta um retrato daquela época, berço do nosso comportamento contemporâneo, mas não chega a ser forçado, na verdade isso causa quase que uma nostalgia (até para quem não viveu naquela época, como eu). Ken Grimwood soube manusear bem o que tinha em mãos, e deixou um legado para nós. É uma obra bem madura, mas não deixa de ser interessante para o público jovem. Indico muito a leitura, e acredito que se você se entregar assim como eu fiz, vai tirar várias lições e talvez até adicionar um novo livro a sua lista de preferidos.

Até a publicação dessa resenha o livro se encontrava em seu preço mais barato no site da Subimarno.com, custando R$24,90.
Link para o produto: Clique aqui.
Também disponível no site da editora: Clique aqui.
Número de páginas: 320.


Deixe a inglaterra Tremer (Sávio Lopes)



Preparado para uma fantástica viagem pela Terra da Rainha? Então arrume as malas e divirta-se acompanhando a intrigante e envolvente narração de Sávio Lopes em Deixe a Inglaterra Tremer!

O livro nos apresenta a história de um personagem que narra em primeira pessoa sua saída do Brasil para fazer intercâmbio em Londres, inspirada nas experiências do próprio autor em sua estadia na cidade entre 2009 e 2010, fato que pode confundir algumas pessoas, achando que o livro trata-se de uma autobiografia.
Ao decorrer do livro conseguimos absorver bastante informação, do tipo que nos faz enxergar que um Intercâmbio em um país maravilhoso nem sempre é aquele mar-de-rosas com que sonhamos.


Podemos também observar a adaptação e mudança na personalidade do personagem, que no início da trama nos dá a entender que é meio arrogante e inconstante, e muitas vezes sentiu-se deslocado diante da massa estrangeira, que apesar de acolhedora, também é relativa em alguns momentos, ocasionando situações demasiadamente amargas!

"O problema era que eu estava há muito tempo em Londres para me sentir um turista, mas pouco tempo para me sentir um morador da cidade"

Já na parte estética - Diagramação, capa, folhas, fontes - o Deixe a Inglaterra Tremer surpreende: No início de cada capítulo existe um trecho de música, fazendo tudo ficar mais interessante, pois trata-se do bom rock alternativo britânico! E no final do livro contém um pequeno índice contendo as traduções, nome dos artistas (que vão desde The Smiths até Jake Bugg ) ,e álbuns das músicas que foram citadas, que devo ressaltar como sendo a minha parte favorita (principalmente se você ler ouvindo essas músicas !!!)

Deixe a Inglaterra Tremer foi essencial para mim e uma leitura maravilhosa, pois me proporcionou de certa forma "conhecer" Londres muito além do Big Ben ou da Abbey Road.

"Em Londres, [...] as pessoas lhe dão valor proporcional ao que você se dá. Não importa o quanto você seja bonito ou inteligente, por exemplo. Se não se sentir como tal, não será tratado da maneira devida [...]"

Descrevo a leitura desta obra como obrigatória para qualquer amante do mundo britânico, que deseja se aprofundar no retrato do país, ou simplesmente  conhecer o cotidiano do povo que faz tremer um dos maiores centros multiculturais do mundo!

Um grande beijo, e até a próxima!



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